Não basta abrir a caixa e jogar, é preciso entender o porquê daquilo tudo estar lá dentro.
- WalberPena
- 6 de abr. de 2018
- 2 min de leitura
Atualizado: 27 de nov. de 2020

Seja bem vindo ao espaço do Ludificador, se você chegou até aqui é bem provável que não tinha muito o que fazer, seus jogos já não vêem tanta mesa ou você está começando a se perguntar o por quê de tanta coisa estranha dentro do hobby ou o por quê de ainda continuar buscando jogos, mesmo sem saber se eles vão ser tão disputados.
É muito comum, quando começamos algo novo, sermos tomados pela empolgação, de aceitarmos toda e qualquer “sugestão”, seja por uma boa campanha de mídia, um tema que nos agrada ou um vídeo que assistimos. Mas a verdade é que além do hobby, jogos de tabuleiro são um produto como outro qualquer e não devemos consumir apenas porque alguém disse que deveríamos comprar.
Pessoalmente, acho que se vamos adotar a opção de hobby ou colecionador para nossa vida, devemos ter uma visão bem mais ampla, entender os mecanismos além da regra de um jogo específico, entender qual foi a decisão na escolha da arte, do tema ou dos componentes.
Vivemos de certa forma uma “febre dos jogos de tabuleiro”, com tanta explanação das mídias, investidores afoitos em lucrar e mega-corporações sendo formadas em volta desse novo mercado, que de novo não tem nada.
Como hobbysta, e por não poder ou conseguir ter tudo o que quero, passei a analisar os jogos de tabuleiro com um olhar um pouco fora da curva. Passei a buscar detalhes que me fazem pensar o por quê dessa ou daquela escolha na construção de um jogo.
Como designer, passei a questionar essas escolhas e me indagar se aquilo realmente precisava estar ali, e se isso era motivo o suficiente pra aquele jogo merecer estar na minha prateleira.
Fazer estes questionamentos mudaram a minha percepção sobre os jogos de tabuleiro, como hobbysta e como designer. Passei a adotar estes princípios nas minhas escolhas diárias e diretas na definição de qual jogo inserir minha coleção ou qual mecanismo usar em cada projeto. Abrir minha visão dessa maneira foi ao mesmo tempo revelador e frustrante. Um misto de empolgação e decepção cai como um fardo sobre tudo o que você imaginava.
Mas talvez a principal aprendizagem tenha sido a de que ninguém tem razão sobre tudo. A opinião é única e a que serve pra um não precisa servir e nem sempre serve para o outro. Nossas escolhas deveriam ser pautadas em processos de análise, não na opinião de quem acha que deveríamos investir neste ou naquele jogo e uma infinidade de “seguidores” não são suficientes para mudar esse pensamento.
O que pretendo, e nunca terei a razão completa, é mostrar e explanar sobre os pontos de vista, na criação e concepção de projetos. Não vou abordar ou analisar um projeto específico, mas pretendo dissecar ou tentar construir e desconstruir as linhas de raciocínio que levam os designers à esta ou aquela decisão. Vamos desenvolver juntos ideias partindo de um ponto zero, construir narrativas que irão te levar a entender e questionar esses preceitos dentro dos jogos.
Questionar nos ajuda a entender melhor, desenvolver o senso crítico e fazer melhores escolhas. Então, se você ainda está aqui, seja bem vindo e muito obrigado…

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